Eram 5:35h da manhã e olhei para o ecrã do telemóvel ainda com olhos de sono. Estava tudo calmo, nada se mexia, nada tremia, nada respirava. Parecia que tinha entrado num sonho. Mas não, até que de repente alguma voz se faz soar e chega a mim numa velocidade incrível. Eram gritos. Gritos que pareciam tirados de um filme. Mas não eram, estavam mais perto de mim como nunca esteve alguma coisa. E assustei-me. Não sabia o que pensar, mas não precisava de muito. Eu estava ali, deitada na cama, enroscada em mim própria, nas minhas próprias palavras, nos meus próprios pensamentos, nas nossas próprias memórias. E os gritos eram meus. Era o meu coração a gritar pelo teu.

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